26/06/2013

Offline


Neste São João, viajei. Desbravei, o (meu) já conhecido, sertão adentro.  Fui, como de costume, bem recebido e tive agradabilíssimos dias. Contudo, além do forró (música e dança), iguarias, sorrisos e ótimas companhias (que por si só, já seriam mais que suficientes) fui (auto) agraciado por passar quase todo o tempo offline. Não senti falta de nada do meu habitual dia-a-dia. Muito menos da web. 

Foi um raro feriadão. Mas esse não é o ponto, talvez. Para a viagem, levei duas mochilas (parece muito, mas não é): uma para roupa e outra para o "aparato tecnológico". Todavia, para minha (posterior) perplexidade, muito pouco usei o celular, imagine o iPad e o Mac (estes lá ficaram devidamente intocáveis). 
Então percebi que, espontaneamente, dei espaço para meu corrente (e adorado) livro, li jornal e revistas (tá, era a Veja, mas era o que tinha), curti (mais que o normal) o ato de encostar num canto e, simplesmente, "ficar" (eventualmente caí no sono, o que foi mais interessante ainda =D). Tudo isso, nas pausas (pois eu tinha de me recobrar das noites anteriores, né?). Mas no resto das horas dos dias eu estava sempre acompanhado - e bem acompanhado.



Quando pensei em escrever este post, fazia as notas mentais pensando no fato de a cidade (Monte Santo, a 270 km de Feira de Santana) não dispor das possibilidades que (até) Feira de Santana dispunha (internet rápida, por exemplo). Mas realizei que não foi isso - embora se assim o fosse, talvez, me forçasse a preencher o tempo com outras coisas, mas não foi o caso.
Percebi que foram as pessoas ao meu redor que me fizeram aproveitar mais e melhor meu tempo. Seria uma proporção direta ou um círculo vicioso: quanto mais offline, mais se aproveita os momentos com as pessoas ao redor e, estas, o faz ficar mais offline? Talvez a implicação resulte na indevida conclusão que ficar online é ruim. Não é, quando não em excesso. Nosso modo de vida, como nos comunicamos, nos relacionamos, moldaram-se à bandas larga, satélites, ondas de rádio e fibras óticas. Parece-me que cada vez mais reduzimos como nos relacionamos à mensagens no whatsapp, facebook, SMS ou seja lá qual for o meio de comunicação "não pessoal". Isso é nos fadará a ficarmos menos humanos, menos "felizes", menos offlines.

Olhe para o lado. Converse mais com quem está perto de você ou quem você realmente se importa. Tente se comunicar mais pessoalmente, se possível. Use o Hangouts, o Skype, Whatsapp, Facebook, SMS ou seja lá o que dispor quando realmente não puder alcançar quem você quer falar.  Tenha certeza, quando você realmente quiser ter "aquela" pessoa por perto e não puder (de jeito algum) tê-la, você verá que nenhum meio digital (ou analógico) será mais suficiente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário