02/09/2012

Uma dupla (quase) imbatível


É redundante, mas irei registrar assim mesmo, dizer que o universo da ciência e da tecnologia se move numa velocidade muito acima da "normal". Mas como não foi (ainda) encontrada a Teoria do Tudo, a minha primeira afirmação também não poderia ser aplicada a tudo sobre a tecnologia.
As duas formas mais básicas e mais usadas no planeta para inserir dados num sistema computacional datam, sem qualquer mudança fundamental, de pelo menos 40 anos. Falo do mouse e do teclado. Este último é ainda mais velho se lembrarmos da velha máquina de escrever. Mas os dias do mouse começaram a ser contados a partir do dia 27 de janeiro de 2010, quando o dispositivo mais revolucionário da década foi lançado: o iPad. Mas nem o iPad conseguiu, ainda, iniciar a contagem da falência do teclado de computador.



A partir de 2010, a primeira barreira do consumo de mídia foi ultrapassada. Hoje, não mais é mandatório usar o mouse para acessar páginas da internet, ler livros (seja em pdf ou epub), reportagens, fotos em redes sociais ou quaisquer outras atividades de consumo de mídia. Basta usar seu dedo  - ou mais de um, se quiser um zoom. Para mim, é mais que um prelúdio para o adeus do mouse. Você poderia mencionar os touchpads que vieram antes e tem um princípio parecido com os tablets, mas não é atoa que muitas pessoas tem notebooks e ainda preferem usar um mouse. Touchpads são quebra galhos quando não se tem um mouse ou uma estrutura para usá-lo. 

Mas o teclado resiste. Hoje podem ser encontrados com diferentes formatos, cores e materiais, mas sua essência e organização é a praticamente a mesma desde a máquina de escrever. E, até hoje, não existe mecanismo melhor para entrada de dados. O iPad não resolveu isso. Seu teclado gerado por software é como um touchpad para os mouses: um quebra galho. Todavia, na minha opinião, é pior que isso.
Quando o primeiro iPad foi lançado, ele foi além do que tinha como intento: ser uma via de consumo de mídia. Mas o planeta quer, além de consumir, produzir. Então não havia muitas aplicações de edição de vídeo, música e escrita, por exemplo. Somente a partir do iPad 2, mais aplicações foram sendo criadas para que os usuários pudessem criar o que quisessem. Mas, pior que um notebook, é um tablet para ergonomia. E escrever no iPad é terrível - prefiro fazê-lo no iPhone, tamanha a dificuldade. 




Então o Surface, da Microsoft, apareceu. E penso que ele deu o primeiro passo para solucionarmos o problema do teclado em tablets - mas longe de darmos adeus ao teclado. A grande sacada dele foi a cópia da smart cover do iPad, mas com um teclado embutido. Embora não deva funcionar muito bem no colo, lugar mais usado dos notebooks, o Surface deu o primeiro passo. 

E "por fim" (certamente é só o começo), os fabricantes perceberam o problema de inserir dados em tablets, e começaram o boom dos híbridos: tablets que se transformam em notebooks com um encaixe e vice-versa. Claro, eles enfrentarão o problema do peso e da mobilidade, mas ainda assim é um segundo passo importante para resolver esse problema.


Mas uma coisa é certa, o teclado não sumirá tão cedo. Você pode imaginar a entrada de dados por voz - o que também não está muito longe. Mas se imagine numa sala de aula e todos falando ao mesmo tempo para fazerem anotações enquanto o docente tenta superar o coro de vozes dos discentes. Impraticável. 
"Algo" vai sugir. Não tenho ideia do que poderia ser (escrita por pensamento?), mas vai aparecer. 
Até lá, seremos eu, você, milhões de pessoas e os bons e velhíssimos teclados. 

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