18/08/2012

O herói-babaca


Há alguma semanas eu terminei de ler um dos melhores livros da minha vida: Steve Jobs: A Biografia. Eu poderia falar muitas coisas sobre o "herói-babaca" ou sobre como o autor do livro escreve tão bem. Mas um post somente não seria suficiente. O que posso dizer, em breves e incompletas palavras, é que o livro é daqueles que transformam sua mente numa tela de cinema e a medida que Isaacson conta a história da tecnologia do planeta ao redor de um de seus ícones, parece um longa metragem que não merece terminar.  



E o personagem principal, Steve Jobs, é o anti-herói mais odiado e amado na mesma intensidade que já li a respeito. Foi triste "assistir" a um ícone definhar sobre uma das poucas coisas que não podia controlar: um câncer. Essa realidade, ele não pode transformar, como fazia com tudo e todos ao redor. 
Mas foi incrível ver como uma pessoal de verdade pode ser um grande profissional, um terrível chefe, um pai satisfatório (no máximo) e um super ser humano capaz de estar numa época e pensar 2 gerações à frente. É difícil não se encantar por Steve Jobs e se ver num dilema estranho em  admirar e não admirar, ao mesmo tempo, alguém. Ver o quanto ele alcançou em pouco mais de 50 anos de vida e como ele mudou a história da tecnologia (e do cinema, da telefonia, dos computadores, dos livros, da música e da educação) fez meus olhos não acreditarem no que estava lendo. Mas eu vivi, e me orgulho disso, para comprovar uma parte de seus geniais feitos. 
Bom, é melhor eu parar de falar sobre Jobs e o ótimo escritor Isaacson, pois senão este post vai virar uma chata e longa bajulação. Minha contribuição e lobby para meus caros e raros leitores lerem este ótimo livro é citar algumas passagens do livro - algumas delas são declarações de alguns personagens do livro, do próprio Steve e também de Isaacson. Espero que gostem das minhas anotações e que estas levem vocês a lerem o livro. 


“Steve criou a única marca de estilo de vida da indústria tecnológica”, diz Larry Ellison. “Há carros que as pessoas têm orgulho de possuir — Porsche, Ferrari, Prius — porque aquilo que dirigimos diz alguma coisa a nosso respeito. As pessoas sentem a mesma coisa com relação a produtos da Apple.”

“Decidir o que não fazer é tão importante quanto decidir o que fazer”, dizia. “Isso vale para empresas e vale também para produtos.”

Seja um iPod mini, seja um MacBook Pro, os clientes da Apple conhecem a sensação de abrir uma caixa bem-feita e encontrar o produto acondicionado de um jeito convidativo. 

Tomar lsd fora uma das duas ou três coisas mais importantes que havia feito em sua vida, disse a Markoff. As pessoas que nunca tinham tomado ácido jamais o entenderiam completamente. 

‘Se você precisa de slides, isso mostra que não sabe o que está falando’”. Steve Jobs na reunião de apresentação do iPod.

o iPod tornou-se a essência de tudo o que a Apple estava destinada a ser: poesia ligada à engenharia, artes e criatividade cruzando com tecnologia, design arrojado e simples. Tinha uma facilidade de uso que vinha do fato de ser um sistema integrado de ponta a ponta.

Gates brincou com a roda de rolagem e apertou todas as combinações de botões, enquanto seus olhos olhavam fixamente para a tela. “Parece um produto excelente”, disse finalmente. Então fez uma pausa, olhou intrigado e perguntou: “É somente para Macintosh?”.

“Existe uma tentação em nossa era digital de pensar que as ideias podem ser desenvolvidas por email e no iChat. Loucura. A criatividade vem de encontros espontâneos, de conversas aleatórias. A gente encontra alguém por acaso, pergunta o que anda fazendo, diz uau, e logo começa a borbulhar com todo tipo de ideia.” 

“Na última vez que ocorreu todo esse alvoroço em torno de uma tábua, havia alguns mandamentos escritos nela”. Wall Street Journal no lançamento do IPad. 

“Os sistemas fechados pegam mal, mas funcionam maravilhosamente e os usuários saem ganhando. Provavelmente ninguém em tecnologia demonstrou isso melhor do que Steve Jobs. Juntando hardware, software e serviços, e controlando-os de maneira cerrada, a Apple é sempre capaz de superar os concorrentes e lançar produtos impecáveis”.
Jon Fortt, Fortune. 

Ele frisou a necessidade de um maior número de engenheiros formados, e propôs que todos os estudantes estrangeiros que se formassem em engenharia nos Estados Unidos deveriam receber visto de permanência no país -  Steve Jobs , numa reunião com o presidente e mais 8 grandes CEO dos EUA

O astrônomo Johannes Kepler declarou que “a natureza ama a simplicidade e a unidade”. Steve Jobs também.

Usar um produto da Apple podia ser tão sublime como passear por um dos jardins zen de Kyoto que Jobs tanto amava, e não se criava nenhuma das duas experiências orando diante do altar da acessibilidade irrestrita ou deixando milhares de flores desabrocharem. Às vezes vale a pena estar nas mãos de um maníaco por controle.

A maioria das pessoas tem um mecanismo regulador entre a mente e a boca, que serve para suavizar os sentimentos mais cruéis e os impulsos mais agressivos. Não era o caso de Jobs. Ele fazia questão de ser brutalmente honesto. “Minha função é dizer que uma porcaria é uma porcaria, em vez de dourar a pílula”, disse. Isso fazia dele uma figura carismática e inspiradora, mas às vezes também, para usar o termo técnico, um babaca.

Steve Jobs tornou-se o executivo empresarial de nossa era que quase certamente ainda será lembrado daqui a um século. A história o colocará no panteão ao lado de Edison e Ford. Mais do que qualquer outro contemporâneo, criou produtos completamente inovadores, combinando o poder da poesia e o dos processadores. Com uma ferocidade que podia tornar a oportunidade de trabalhar com ele tão turbulenta quanto inspiradora, também construiu a empresa mais criativa do mundo. E foi capaz de infundir em seu dna as sensibilidades de design, o perfeccionismo e a imaginação que fazem dela, hoje e provavelmente pelas próximas décadas, a empresa que mais progride na interseção da arte com a tecnologia.

Alguns dizem: “Deem aos consumidores o que eles querem”. Não é assim que eu penso. Nossa tarefa é descobrir o que eles vão querer antes de quererem. Acho que Henry Ford disse certa vez: “Se eu perguntasse aos consumidores o que queriam, eles teriam dito: ‘Um cavalo mais rápido!’”. As pessoas não sabem o que querem até que a gente mostre a elas. É por isso que nunca recorro a pesquisas de mercado. Nossa tarefa é ler coisas que ainda não foram impressas. Por Steve Jobs

O interessante é que eu comecei a leitura pelo livro (propriamente dito) e depois terminei pela epub no iPad - interessante, não? Ah, "só mais uma coisa": 












Essas foram somente um dos produtos que "uma mente brilhante" pode criar para mudar a realidade de um país e de todo um planeta. 

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