12/06/2012

O que acontece com a Apple Brasil?


Você sabe o que é WWDC? É a conferência anual para desenvolvedores da Apple (World Wide Developer Conference). E você, que não é Mac Fã e não está nem aí me pergunta: e daí? Bom, é nessa conferencia que normalmente são apresentados "upgrades" da empresa, seja dos softwares (como foi a apresentacação do iOS 6) quanto do hardware (como foram os notebooks da empresa). Acompanhei hoje por este link e gostei de (quase) tudo que eu vi.
Não vou falar dos novos mapas da Apple, do novíssimo e funcional iOS6 e das grandes qualidades dos novos Mac Airs e MacBooks Pro. 
Falarei de preço!
A Apple sempre foi famosa por ter o rótulo de elitista. Notebooks (o que eles chamam de PC) custam em média $200 (dólares) e são notebooks de alto nível. Notebooks de $500 para cima são para "heavy users". O notebook mais barato (atualizado hoje) da Apple custa $999. Até para os norte-americanos é caro. Mas o ponto ainda não é este.

Todas as atualizações de notebooks hoje (exceto os Macbooks Pro com Retina Display que custam pornográficos $2100) estão sendo vendidas, lá, por $100 a menos. Os Mac Fãs Gringos devem ter adorado. Acho que só eles.

Abro a Apple Store Brasil e me deparo com isso:





Espero que consigam ver os preços nessa imagem pequena, pois os valores são inversamente proporcionais.

Agora vamos à pergunta histérica: COMO É POSSÍVEL UM LANÇAMENTO MUNDIAL SAIR MAIS BARATO $100 E, NO BRASIL, FICAR MAIS CARO R$ 400,00? (SERIA) POUCO PRO-VÁ-VEL! Desculpem a caixa alta, mas vocês deviam ver minha gesticulação de pura insanidade e histeria fazendo essa pergunta sobre esse mal**** absurdo.

Hoje, o Macbook Pro atualizado (sem Retina Display) está do mesmo preço do "velho" iMac de 21''. O preço anterior era, já caro, de R$ 3600,00 e passou para R$ 4000,00.  Esse é o Macbook Pro de entrada. Não vou nem comentar o valor quase redondo de R$ 10.000,00 pelo Macbook Pro de 15'' com Retina Display.
O mesmo aconteceu para as versões de entrada do Mac Air e, sucessivamente, para os modelos seguintes das duas categorias.

Não sou economista. Não vou me arriscar aqui a cometer gafes gigantescas e achar que posso analisar o cenário atual econômico com propriedade. 
Mas duas coisas me surgem logo à cabeça: dólar e imposto de importação.

Não justifica esse aumento de preço exorbitante (para um produto que ficou mais barato, reitero) pelo aumento do dólar. 
Façamos uma conta simples para o novo Mac Air de entrada ($999). A moeda estadounidense, agora às 23:44 do dia 11/06/2012, está em R$ 2,05. Assim teremos um valor direto de R$ 2047,95
Não, não acho que tem de vender com este valor, pois assim nosso país não ganha dinheiro com produtos que não são fabricados aqui e não geram renda para a população local. Tem de ter imposto! Mas a diferença entre o valor direto e o valor final de comercialização está em vilipendiosos 44%!

Meus raros leitores, é quase a metade do valor do produto sobre o valor final de venda naquele país. É só imposto? Acho que não. Mas a soma do for que está salgando este peixe é , no mínimo, cancerígeno.

O iPad é o melhor tablet do planeta de 9.7" e é o mais barato do Brasil. O iPhone 4 (o 4S foi uma outra vergonha) era (e é) também um dos mais baratos se comparados a outros de sua categoria e o iOS o arrasta para a liderança sobre a briga infantil dos Androids por hardware. 

Mas os notebooks, não. Você, mero mortal, que sonhava (com dificuldade) ter um desses brinquedinhos e não podia desembolsar nem mais um real do preço antigo, sente-se junto de mim no banco da desolação. A halo de luz é fraco, a rua está escura e vejo somente uma luz de fundo de um notebook ao longe. Pode ser qualquer um, mas a esses preços, certamente não é um Macbook Pro ou um Mac Air.


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