Eu, por exemplo, vendo dúvida. Esse é o meu principal "produto". Esse vendo, explicitamente, para toda e qualquer pessoa que queira me conhecer ou trocar alguma ideia. Poucas coisas me deixam tão contente do que deixar outrem em dúvida, incerto sobre alguma coisa. Isso o fará, assim espero, buscar respostas e ser alguém melhor - ou simplesmente mostrar que eu estava errado (e assim eu me tornarei melhor). Alguém sempre ganha.
Mas o que mais você vende? A venda explícita é aquela feita propositalmente. A venda implícita, por outro lado, é a que é comprada por boa parte (quiçá todos?) ao seu redor. E é ESSA venda que criará a sua imagem na cabeça das outras pessoas.
Mas isso realmente importa?
Importa, se as consequências forem demais para você. Primeiro, não é só papo aquilo de que recrutadores utilizam redes sociais para avaliar e procurar candidatos. Se pretende manter sua impecável (e, para muitos, mentirosa) imagem para isso, é melhor pensar duas vezes em mandar a sociedade para o inferno - mas ainda assim eu sugiro tirar suas fotos constrangedoras (roupas de baixo, embriagado, intolerância ou coisa pior) de seus perfis.
A imagem corporativa é outra nuance da sua imagem pessoal. Num ambiente corporativo, há regulamentações a serem seguidas. E mesmo que você não seja o "melhor colaborador", tem de se portar no conjunto mínimo de regras. Senão você está fora. Cuidado com o que fala e com o que não fala - acho que o primeiro é pior. Se você é dono de empresa, sugiro (com a autoridade de "pitaqueiro") sempre tentar ouvir e se inteirar de seu ambiente interno e como seus colegas se sentem na empresa. Ter duas imagens, uma interna e outra externa, pode ser extremamente prejudicial aos negócios - principalmente quando elas são bem díspares.
Afunilando para relações interpessoais, a imagem que você vende define como as pessoas o tratam e pensam sobre você. Repito, a imagem que você vende implicitamente. É aquela incontrolável, do dia-a-dia. Essa, acho, influencia todas as demais. Sinceramente, não sei qual a melhor estratégia para isso. "São várias variáveis", e, lógico, vai depender de você (cara leitora ou leitor) e de quanto pode arcar com as consequências de sua decisão - lógico.
Eis uma possível estratégia: simplesmente não se importe com a imagem que esteja vendendo - ou como ela é mais adequadamente comprada por outrem.
Tentarei ser mais claro: a imagem vendida pode ser usada da maneira que o comprador quiser. Então cada um vai fazer o que quiser com ela e você não pode controlar isso. A não ser que queira explicar ao consumidor como usá-la ou interpretá-la. Esse é o principal ponto dessa estratégia: pouco se importe como sua imagem é "usada". Dá menos trabalho, você mantém sua autenticidade e transfere toda responsabilidade para os demais. Mas não pense que ligar o botão do "foda-se" é sempre legal. Você pode perder muito por causa disso.
Eu uso essa estratégia. As poucas pessoas que mais se aproximaram do que realmente sou, aquelas que não criaram uma imagem de mim (ou que usaram da imagem que vendo), são as que realmente me interessam (não são muitas essas pessoas, então você já sabe que essa pode não ser uma muito boa estratégia para você). Isso faz parte do meu antiquado e ainda persistente (e ilógico) romantismo de que as pessoas, para realmente se conhecerem, precisam parar de parar na imagem que elas compram (e deturpam) ou que elas mesmas criam. Mas isso, sou eu.
E você?
Que imagem você quer vender ou qual imagem quer que as pessoas comprem?
Para quem você quer que as pessoas olhem: sua "máscara" ou seu rosto?
Eu, realmente, não me importo.
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