Já ouviu essa palavra? Sabia que ela existe? No meu ledo engano, imaginei que, por uma inspiração torrente, eu havia criado essa palavra. Ledo engano. Mas não me entristece, somente me alegra mais por conhecer mais esse verbete. Mas hoje, nesse post, não é esse o papo. Acabei de assistir um filme inspirador. Tão inspirador que me motivou a escrever tão dissonante texto neste blog.
Midnight in Paris me fez viajar. Aguçou a minha já inflada nostalgia e meu anseio ao minimalismo da vida - e que já perdemos. Esse é o tipo de filme que ,provavelmente, não será apreciado por muitos, mas ele me sensibilizou ao ponto de eu, pura e sinceramente, desejar estar naquela exata "realidade" representada. Estar em Paris, conviver com pujante Hemingway, os felizes, festivos e apaixonados Fitzgeralds ou o insano e engraçadíssimo Dali. E nessa fuga e retorno para a cultura, o conhecimento, à velha e bela Paris, o filme enfatiza a insubstituível companhia humana e numa regozijante caminhada - coroada pela companhia da belíssima,encantadora e, para não esquecer, apaixonante Adriana.
Midnight in Paris vai mostrar e encantar aos meus colegas nostálgicos e às pessoas sem esse saboroso fardo que a tecnologia nos trouxe muito, não obstante nos tomou demais. Podemos nos comunicar com qualquer pessoa do mundo com "clicks", compartilhar conteúdo, pesquisar informações dantes "impossíveis", "encontrar" velhos "amigos". Mas, parece, que está nos cobrando o que tínhamos de melhor: nossa humanidade. Jamais, repito, jamais, e me arrisco ao clichê , de dizer que nunca qualquer tecnologia nos fará caminhar com um amigo (ou amiga), esposa ou amante por uma rua levemente iluminada, parar num café, jogar papo fora, viver numa utopia durante uma noite e madrugada inteira, pelo simples fato de estar perto ou de se apaixonar.
Uma vez escrevi numa rede social que tinha 'n' amigos registrados. Mas nenhum deles, de fato, eram aquilo que eram denominados. Triste, não? Pergunte-se a si próprio se tem algum? Verás que a vida não é triste. Ela é o que ela é e, somente é, porque é como você a denomina. Qual deles pergunta para você "como vai?" sabendo exatamente o que se passa na sua mente ou o que te incomoda? Se você tem isso e ainda pode compartilhar do mesmo espaço físico e tempo (mesmo que pouquíssimo) com essa pessoa e ainda se sentir extremamente bem e completo...Alegre-se, regozije-se e aproveite o quanto, infinitamente, esses momentos possam vir a acontecer.
O Facebook não fará isso. O Orkut tão pouco. O Twitter não é para isso. O iPad pode te deixar mais legal, mas não vai, de fato, criar uma ligação real através de um vídeo ou bate-papo com outrem.
Não há espetacularidade nessa vida puramente tecnológica. A verdadeira espetacularidade, a sublime, aquela que é única, mas se desdobra em outras sensações únicas para cada um de nós. Eu tenho um smartfone e um tablet e eles são incríveis para me entreter. Mas eu gosto muito mais deles quando me permitem combinar com um velha (ou recente) amiga para simplesmente irmos para algum lugar e conversar, conviver, brincarmos de seres humanos.
Tudo isso por causa de um filme? Estou tão perplexo quanto vocês.
Eu diria mais, citando a efusiva Zelda Fitzgerald: "Petrificado,estupefato, anestesiado, lobotomizado"
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