E o Blog do Maomé volta em 2012 explicando (ou tentando) os "memes" (assim como Luíza voltou do Canadá - só soube disso, não da volta, mas desse "meme" ontem). Mas engana-se que "memes" são somente essas caricaturas, por vezes, muito engraçadas e auto-explicativas.
Primeiro um pouco de história e etimologia (o Blog do Maomé também é cultura): a palavra "meme" é o diminutivo de "mimeme", do grego antigo "mimema" que quer dizer, grosseiramente, imitar.
Quem primeiro usou este termo foi o biólogo e evolucionista Richard Dawkings em 1976, no seu mundialmente famoso livro, o Gente Egoísta. O diminutivo "meme" é propositalmente parecido com gene (percebeu?), pois o intuito principal é explicar o surgimento, evolução e sobrevivência de ideias numa língua ou cultura (começa a soar familiar?). Alguns exemplos, do nosso cotidiano, são as caricaturas do início desse "post" ou "Luíza no Canadá".
A semelhança de nomenclatura com gene não é simplesmente a análise evolucionária sobre elementos de língua e cultura, mas discutir a seleção natural de Darwin (não me adentrarei demais no assunto) - que é implacável com todos nós - sobre elementos de língua e cultura.
Sendo grosseiro, enquanto genes se replicam e mutam durante gerações e disputam com outros genes (e alelos) locis genéticos, memes se replicam e mutam durante períodos de tempo (muito curtos como meses e anos ou até gerações mais duradoras) disputando espaço no cérebro dos hospedeiros. Se um meme consegue se replicar ou mutar de maneira mais efetiva que outros, eles tendem a sobreviver mais tempo numa sociedade ou cultura - seleção natural.
Parece viagem? Há quanto tempo você, principalmente na Bahia, utiliza o "lá ele"? E em outros estados isso é estranho? Lembro que na primeira vez que fui na em Brasília, o pessoal na Bahia ainda falava "toque 5" e lá já havia o cumprimento e o soquinho depois. Ao voltar para a Bahia, algumas pessoas já tinha conhecimento daquele tipo de cumprimento, mas o "toque 5" ainda sobrevivia, mas sucumbia rapidamente. Vamos à grupos menores: em computação, UEFS - BA, uma expressão muito usada é o TTFAC e SMF (não traduzirei propositalmente, pois somente a "sociedade de ECOMP-UEFS" sabe o que é isso e frisará meu ponto de vista). Em outras empresas, bambu é sinônimo de problema e essa expressão foi trazida, provavelmente, de outro estado, mas as pessoas da empresa já entendem, assimilam e usam essas expressões.
Interessante, não? Acho que vou "tuitar" ou "postar" no "Face". ;)
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