Dia 3 de dezembro começa, oficialmente, a venda do iPad no Brasil. Entre o dia em que Steve Jobs exibiu seu tablet pela primeira vez em San Francisco e sua comercialização oficial no país terão passado exatos 10 meses e três dias.
Há muitos motivos para não comprar o tablet da Apple agora. O primeiro deles é o preço. O modelo com suporte a 3G e 64 GB de armazenamento custará exorbitantes R$ 2599. Nos Estados Unidos, o mesmo modelo é vendido por US$ 829.
O Galaxy Tab, por exemplo , custa R$ 2699. Caro, porém suscetível a subsídios das operadoras. O mesmo certamente ocorrerá com o iPad, quando não estiver só nas lojas da Fnac e MyStore, mas também na Oi, TIM, Claro e Vivo. Ou seja, quem esperar, pode negociar um preço melhor, de acordo com seu padrão de consumo de dados.
Outro motivo – e talvez mais importante – é a incrível demora para o iPad chegar ao Brasil. Seguindo a tradição da Apple de tratar o Brasil como um mercado de importância menor, ficamos no fim da fila e vamos receber o iPad num momento em que a própria Apple já trabalha no desenvolvimento de seu sucessor.
É conhecida a estratégia da companhia: apresentar um produto fantástico, porém cheio de limitações primárias, explorar ao máximo seu potencial de venda para, depois, exibir uma versão 2.0, que atende a características que já deviam existir na primeira versão.
Este foi o caso, por exemplo, do iPhone. Um gadget incrível, com uma interface que em 2007 era absolutamente sem igual, mas que não suportava redes 3G, tinha as funções do Bluetooth bloqueadas, não tinha câmera fotográfica e outros recursos elementares até para os celulares mais populares. Um ano depois, apareceu o iPhone 3G que fazia tudo o que o primeiro smartphone deveria fazer.
Tão logo o potencial de vendas do iPad demonstre sinais de esgotamento, uma segunda versão chegará às lojas. Câmera para vídeo conferência e slot para cartão de memória estão no topo das apostas das grandes “inovações” que a segunda versão terá.
Quem tiver paciência, por tanto, poderá gastar menos e melhor. O diabo é que paciência e racionalidade não fazem parte das decisões de compra da maioria dos consumidores.
É famosa a história do homem que decidiu comprar uma geladeira nova em 12 prestações, com juros altíssimos. Ao contar a um amigo economista sobre sua aquisição, ouviu a argumentação: “Não faça isso. Financiado, você paga o preço de duas geladeiras. Guarde o dinheiro por 12 meses e compre à vista”. Ao que ouviu como resposta: “Mas eu vou tomar cerveja quente por 12 meses!?”.
É como eu disse no outro post: outros tablets mais furrecas tem mais recursos que ele, mas vai vender igual a água!
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