12/09/2010

Lá se vai a nossa língua "brasileira" mais uma vez...

Nova edição do dicionário Aurélio adiciona verbo tuitar - É oficial: abrasileiramos o verbo to tweet. Ele primeiro significava ‘piar de pássaros’ e com a invenção do Twitter passou a significar também ‘postar um tweet’ ou ‘atualizar o twitter’. A versão traduzida do verbo foi incluída na nova edição do dicionário Aurélio. Agora podemos conjugar sem medo de sermos corrigidos: eu tuito, vós tuitais, nós tuitamos. E esse não é o único novo verbete ligado à tecnologia que foi adicionado. Também foram incluídas palavras como pop-up, e-book, cookie, data-show, hotspot, fotolog, blu-ray player e tablet. | @Alessandro_M

Vi essa notícia por meus feeds e mais uma vez me desaponto por quem analisa e coordena as normas de nossa deturpada e subutilizada língua. Não tenho nem um pouco de receio de mostrar meu ufanismo quando se trata de proteger  a minha (e a sua) cultura já tão (graciosamente) miscigenada. 
Mas 'tuitar', 'blogar', ‘fotolog’, ‘blue tooth’, ‘blu-ray disc’ e ‘blu-ray player'? Fiquei pasmo que estes últimos foram acrescidos como substantivos em nossa língua. 
Se eu disser que é o fim, estaria me (e te) iludindo. Não acredito quem tenham incorporado mais uma palavra à nossa língua pelo simples uso popular. Creio que o uso da palavra 'tuitar' seja uma forma das pessoas se fazerem entenderem mais facil e rapidamente em relação ao assunto que se referem. Mas não acho que por isso seja suficiente para se agregar oficialmente a nossa língua. Então vamos colocar logo o 'brother' e o 'man', pois aqui na Bahia e em muitos lugares, muita gente usa para se referir a outrem em uma referência terceira ou em um diálogo direto. 
Se quiserem eu mesmo cometo esse "suicídio verbal" para acabar com esse meu sofrimento. 
E para não dizer que estou sendo de alguma forma hipócrita, eu mesmo uso no meu dia a dia o termo 'blogar', mas eu não utilizo em uso em um contexto fora deste que estou escrevendo agora. Posso estar parecendo antiquado ou severo demais, mas muito me entristece o fato de não valorizarmos uma língua tão rica e bela que é suficiente (muito mais do que várias outras) para nomear qualquer coisa.

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